terça-feira, 31 de dezembro de 2013

TOP 5 - Melhores do Ano

Lá se vai 2013 e com ele todas as coisas boas e ruins que lemos nesses 365 dias. Conosco só resta as lembranças e a esperança de que 2014 seja um ano maravilhoso e cheio de leituras fantásticas. Pensando nisso, cada componente da equipe do Nosso Clube do Livro preparou um top 5 com os livros que marcaram 2013.


Confira abaixo!


1 - Extraordinário - R. J. Palacio (para ler a resenha, clique aqui)
Um lindo livro com uma lição de vida maravilhosa. Você passa a amar o August a cada folha desse livro incrível e como a Fê (quem me indicou o livro) me falou um dia, "você aprende a parar de reclamar da vida lendo esse livro" e é mais pura verdade. 

2 - Lista do Nunca  - Koethi Zan (para ler a resenha, clique aqui)
Livro recomendado pra quem não tem mania de perseguição. Muito bem escrito e bem intrigante. Faz você pensar bem antes de entrar em um táxi ou sair sozinha na rua. 

3 - A Trilogia do Mago Negro - Trudi Canavan (para ler a resenha do primeiro livro da série, clique aqui)
Um belo livro de mistério, para quem gosta de bruxos essa trilogia é ótimo para passar o tempo. E não vá pensando que é estilo Harry Potter. São bruxos adultos e com um inimigo muito, muito, muito chato e destruidor. 

4 - Os Heróis do Olimpo  - Rick Riordan
A volta de Percy Jackson *-* 
Quem não gosta de um livro de ação com mitologia? “Os Heróis do Olimpo” é um prato cheio. Por mais que sei que a historia já vem sendo lançada à um tempo, li tudo esse ano. 

5 - As Crônicas dos Kane - Rick Riordan (para ler a resenha do último livro da série, clique aqui)
É uma egiptologia com muita ação, quem não gosta? De qualquer jeito, ótima escrita que te prende do começo ao fim.



1 - Extraordinário -  R. J. Palacio (para ler a resenha, clique aqui)
Sabe aquele livro que você indica para todo mundo e todos gostam?! Então, este é o Extraordinário. Sempre que alguém me pergunta um bom livro, falo dele; porque sei que esta é uma leitura que agrada desde as crianças até os adultos – não importa qual é o seu tipo de livro preferido. Para vocês terem uma ideia, além de falar para os amigos lerem, também indiquei para as professoras – minhas colegas de trabalho – e para os meus educandos. Resultado? Uma das escolas adotou a obra como paradidático e os alunos amaram (alô Intrínseca, deveria ganhar por tanta propaganda! Hehehe)! O fato é que eu amo tanto o August e admiro tanto a sua trajetória que não poderia fazer menos. A obra é escrita com uma com uma delicadeza que não conheço um que não ria e chore com o menino e suas aventuras em seu primeiro ano escolar (pra quem não sabe, o August tem uma deficiência que deformou o seu rosto, por isso ele passa a frequentar a escola apenas no 5º ano do Ensino Fundamental). 
Meu amor pelo Extraordinário é tão intenso que acabei comprando o original, em inglês. Há uma parte em que uma das personagens, uma brasileira, fala português. No original, eu juro que vi uma portuguesa falando, mas como é era uma linha só, isso não atrapalhou o contexto nem a magnificência da narrativa (a Intrínseca arrumou essa fala na versão brasileira). 
Lição de vida, de amor, de coragem. Leiam Extraordinário e não julguem o menino pela capa! ;)

2 - Eu sou Malala  - Malala Yousafzai, com Chirstina Lamb (para ler a resenha, clique aqui
A história da Malala e de sua família é extremamente inspiradora. Um livro biográfico tem que ser muito bom mesmo para me prender até o final, e Eu Sou Malala é surpreendente porque aborda diversos aspectos culturais além da luta da menina para frequentar a escola. Esta é uma obra que nos provoca muitas reflexões e nos ensina muito sobre os valores humanos, sobre a vida. 
Eu sou Malala é um livro que nos faz pensar qual é o nosso papel no mundo e o que podemos fazer para tornar este planeta um lugar melhor e não pior. Em frente a todo o desrespeito, a Malala e seu pai poderiam ter desistido, poderiam ter aberto mão de seus sonhos, poderiam ter aceitado o sistema talibã... Contudo, esta ânsia de fazer do Vale do Swat um lugar melhor, com oportunidade para todos os fizeram prosseguir.
Quantas vezes desistimos? Será que não é melhor lutar?!

3 - A Confissão da leoa - Mia Couto (para ler a resenha, clique aqui)
A África de Mia Couto aparece com uma força indescritível nesta obra. O que mais gosto neste livro, entretanto, não é apenas o lado cultural e mítico – característico das narrativas do autor –, mas q forma como ele coloca a importância do papel da mulher na sociedade. Quando vemos uma cultura tão diferente da nossa, passamos a comparar os parâmetros para saber se a nossa é adequada aquilo que acreditamos. A obra de Mia Couto nos instiga muito neste sentido, mas o faz de forma leve, que beira à poesia.

4 - A arte de ouvir o coração - Jan-Philipp Sendker (para ler a resenha, clique aqui
Outro livro que retrata uma cultura diferente, a birmanesa. Um livro cheio de magia e de amor. A arte de ouvir o coração tem suspense, romantismo, poesia, tudo na medida certa! Esse livro é um presente para o coração de quem o lê, um balsamo que nos faz rever as nossas atitudes perante a correria do dia a dia. No fundo, ouvir os corações é uma arte que todos desejam, mas só alguém com a sensibilidade do Tin Win consegue.

5 - Coisas Não Ditas - Livia Brazil
Quando a Livia Brazil entrou em contato comigo para perguntando se poderia me mandar um dos livros dela para eu ler, não imaginei que me apaixonaria tanto assim por dois personagens como aconteceu com o Rafa e com a Lucie. Sério mesmo! Comecei a ler o livro, quando vi estava na metade e, claro, sofrendo pensando “ai, não, está acabando!”. Ao invés de ler uns 4 capítulos – para mais – como vinha fazendo, passei a ler 3, depois 2, depois 1 de cada vez, só para ter da história da Lucie por mais tempo. Não vou falar muito sobre a história aqui, porque quero fazer uma resenha completa – como a obra merece – no começo de janeiro. De qualquer forma eu quero mesmo que vocês – e a Livia! – saibam que há tempos que eu não me sentia tão presa a um livro assim. Fico feliz por ver que a literatura brasileira tem novos autores com tamanha delicadeza, coragem e qualidade!



1 - Perfect Fit - Carly Phillips
Esse foi o primeiro livro que li no ano de 2013. Sou fã da autora e amo praticamente todos os livros dela. Sabe aquela relação de amor que as fãs da Nora Roberts, ou os fãs do Nicholas Sparks, têm com eles? É do mesmo jeito. Não há erro para quem gosta de um bom romance contemporâneo. Infelizmente ainda não tem previsão de ser publicado por aqui, mas para quem ler em inglês, fica a dica.

2 - A Seleção - Kiera Cass (para ler a resenha, clique aqui)
Ganhei o livro de presente de aniversário e não dava nada por ele. Quebrei a cara.
Com uma história tão simples e bastante cliché, a autora conseguiu a proeza de me fazer ficar vidrada em sua historinha para adolescente. Sua semelhança com os realities shows assusta um pouco, mas isso depois de começar a ler passa despercebido. 

3 - I've Got Your Number (Fiquei com o seu número) - Sophie Kinsella
Kinsella é mais uma das minhas autoras "seguras". Sempre que quero ler algum chick-lit bom, corro para ela. Apesar de ter ganho o livro em inglês no meio do ano passado, só consegui lê-lo esse ano e ainda bem que esperei! Com sua narração engraçada e envolvente, o livro é maravilhoso. Estou contando os dias para poder comprar o novo livro da autora, que foi lançado recentemente no Brasil, "A Lua de Mel".

4 - O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald (para ler a resenha, clique aqui)
Gatsby não era um personagem estranho e nem sua história. Tendo uma irmã que fez letras com licenciatura em inglês, meus conhecimentos nos clássicos não era limitado a Shakespeare e Austen. Há uns quase 10 anos atrás conheci a história de amor de Gatsby e Daisy, mas nunca tinha parado para ler. Este ano dei a oportunidade e não me arrependi. É sem dúvidas um clássico da literatura Americana.

5 - Cretino Irresistível - Christina Lauren
Fanfic de Crepúsculo que não parece Crepúsculo, AMÉM! Se tem um livro que estava com muita dúvida de ler foi esse. Após todo aquele furdunço com o da gravata na capa, era bem capaz deste também ser uma cópia da inspiração. Para a minha graça e alívio, não é! História de casal com relacionamento gato e rato, cheio de brigas e reconciliações, adoro!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

[Resenha] Manual do Mimimi - Lia Bock

Se tem um livro cujo titulo é a minha cara, é o “Manual do Mimimi”. Eu sou uma pessoa cheia de “mimimis” e assim que o vi nas opções, logo solicitei para fazer resenha. Já esperava algo bem alto-astral. Também com uma capa colorida desta, coisa triste que não seria!

Manual do Mimimi – do Casinho ao Casamento (ou vice-versa)” é um apanhado de textos publicadas no blog “Eu lia, tu lias”, da autora, jornalista e colunista da revista TPM, Lia Bock. Ele é recheado de crônicas divertidas que poderiam ser o relato da vida de qualquer mulher acima dos 20 e poucos anos. Comigo rolou uma identificação em alguns aspectos, e talvez esse seja o objetivo deste pequeno livro de 110 páginas. A identificação do leitor para com os textos e posso até arriscar que alguns “ensinamentos” tirados dele serão levados para a vida.


Quebrar a cara faz parte, mas depois de um tempo... dá uma preguiça. Dá vontade de antever os pormenores, acelerar a história um tempinho, só pra saber (assim, de leve, como quem não quer nada) se vale a pena regar aquele friozinho na barriga que começa a brotar ali.” (p.103).


É como se você estivesse tendo uma conversa com sua melhor amiga. Não preciso dizer que a leitura é tão rápida que em uma sentada você consegue “conversar” com Lia Bock tranquilamente. As ilustrações contidas no livro, todas produzidas por Zé Otávio, são um show a parte. Elas complementam os ditos da autora e até divertem o leitor às vezes.


Livro: Manual do Mimimi – do Casinho ao Casamento (ou vice-versa)
Autor: Lia Bock
Editora: Paralela
Páginas: 110


Sobre a Autora:
Suelen DiasSuelen Dias é formada em Marketing e se aventura diariamente em sua segunda graduação, Jornalismo. Colunista do site Up!Brasil, juntou-se com as amigas para colaborar neste blog. Adora um bom chick-lit, romance e às vezes um drama ou aventura. Super encara, ou melhor, devora livros de banca sem preconceito.

Harry Potter será adaptado para o teatro

J.K. Rowling e um dos livros da série Harry Potter
Os fãs de Harry Potter já podem ficar contentes com a novidade comunicada na página oficial da J.K. Rowling no facebook: a história do bruxinho mais querido de todos os tempos será adaptada em forma de peça teatral.

Segundo o anúncio, a peça abordará a vida prévia de Harry, quando ele ainda vivia com os tios e dormia no armário embaixo da escada.

O que era para acontecer com o garoto do armário embaixo das escadas? Esta nova peça, que será desenvolvida para o teatro britânico, explorará a prévia e não contada história de Harry, nos seus anos como um órfão preso. Com a participação de alguns nossos personagens preferidos dos livros de Harry Potter, este novo trabalho oferecerá uma visão única do coração e da mente do agora legendário e jovem bruxo. Um menino aparentemente normal, para quem o Destino tinha planos...

J.K. Rowling afirmou que "nos últimos nos, fui abordada uma série de vezes para transformar Harry Potter em uma produção teatral, mas a visão de Sonia e Colin é a única que realmente fez sentido para mim, e que teve a sensibilidade, intensidade e intimidade apropriada para levar a história de Harry aos palcos. Depois de um ano de planejamento, é animador ver esse projeto caminhando para a próxima fase. Eu gostaria de agradecer à Warner Bros. por continuar apoiando esse projeto"

[Vídeo] Sete atos com As palavras de Clarice Lispector

No último dia 10 de Dezembro, o Instituto Moreira Salles promoveu o evento Além do vento há uma outra coisa que sopra – Sete atos com As palavras de Clarice Lispector, como parte da Hora da Clarice - como forma de comemorar o aniversário de nascimento da autora.

Agora, os fãs da escritora podem assistira na íntegra as leituras feitas pelas atrizes Cláudia Abreu e Malu Mader, de frases selecionadas pelo acadêmico e pesquisador, Roberto Corrêa dos Santos, curador do livro As palavras, publicado pela Editora Rocco.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Leia o primeiro capítulo de "A estrela que nunca vai se apagar"

A editora Intrínseca liberou o primeiro capítulo da história da garota de 16 anos que perdeu a batalha contra o câncer em 2010 e inspirou John Green na criação de A culpa é das estrelas. 

Esther Earl conta sua história em A estrela que nunca vai se apagar, que será lançado no Brasil e nos EUA em 28 de janeiro. 



Editora sueca contrata autor para dar continuidade à trilogia Millennium


A criação da série Millennium foi interrompida na elaboração do quarto livro, devido à morte de seu autor, Stieg Larsson. Com três livros publicados - Os Homens que Não Amavam as Mulheres, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar - a saga que conta a história do jornalista Mikael Blomqvist e da hacker Lisbeth Salander é sucesso de público e crítica, tendo suas narrativas adaptadas para o cinema não apenas na Suécia.

Agora, a editora sueca Norstedts contratou o autor David Lagercrantz, com o objetivo de dar continuidade à série. Segundo o comunicado da editora, a ideia é publicar o novo romance no segundo semestre de 2015, sendo que este livro não conterá partes da obra inacabada deixada por Larsson em 2004.

No Brasil, a trilogia Millennium foi publicada pela Companhia das Letras - que até o momento da redação desta notícia, não se pronunciou sobre o assunto.

Para saber mais sobre a trilogia, acesse o hotsite sobre os livros.

[Lançamento] Novidade da Editora Unesp

Para quem gosta das ciências sociais e da filosofia, este lançamento da Editora Unesp dá pano para a manga. Em Teoria e práxis, de Jürgen Habermas, seu autor
"analisa a relação entre teoria e práxis no contexto das sociedades modernas, surgidas do desenvolvimento de uma 'civilização cientifizada'. Com base na perspectiva dessa relação, ele examina criticamente os efeitos colaterais reificantes da racionalização social sobre o cotidiano dos sujeitos. Na abordagem da hegemonia do cientificismo, o filósofo parte de sua própria interpretação acerca do declínio da doutrina clássica da política, tal como esta se apresenta na filosofia prática de Aristóteles, e, ainda, da ascensão da moderna 'ciência da política' inaugurada por Hobbes. Ele aponta, então, uma tendência generalizada, na modernidade, de redução das esferas da práxis a certa racionalidade instrumental, em que o padrão da técnica e da ciência influencia os critérios de interação social. Habermas analisa tal tendência do ponto de vista da própria 'teoria' – ou seja, a maneira como a filosofia social e a teoria política incorporaram o modo de proceder das ciências naturais – e também da perspectiva da “ação social”, avaliando as consequências do progresso técnico-científico sobre os comportamentos adaptativos dos sujeitos e a formação de uma consciência tecnocrática. O filósofo assume esses dois referenciais de análise após ter modificado sua teoria, ao longo da década de 1960. Ele passa a privilegiar ora uma abordagem mais epistemológica em que a 'cientificização' é vista pelo viés do desenvolvimento da própria teoria, ora a perspectiva dos “participantes” situados diretamente na estrutura social da práxis, isto é, as formas de ação baseadas em discursos racionais. Em todo caso, é o diagnóstico de época, aquele compreendido pela 'cientificização da política', que servirá a Habermas como fio condutor tanto de suas análises sobre os clássicos da teoria política e da filosofia social quanto para determinar sua posição diante dos desafios do presente".

[Lançamentos] Novidades da Companhia das Letras

Nesta semana a Companhia das Letras está lançando duas obras. Confira!


Fabriqueta de ideias, de Katia Canton 
Com tantas novidades ligadas à tecnologia surgindo a cada dia, é difícil não se conectar a esse mundo que existe dentro das telas. Mas ainda é possível se divertir — e muito! — com papel, lápis e tesoura, ou mesmo só com a imaginação. Este livro traz mais de oitenta opções de brincadeiras e atividades criativas, que não saem de moda e não perdem em nada para os computadores, tablets e companhia. Além de serem superdivertidas, elas vêm acompanhadas de reflexões sobre arte, ecologia, cultura, história e literatura. Então aceite um convite especial: abra as portas desta pequena grande fábrica de ideias e explore novos jeitos de pensar e recriar o mundo. 

Medo: Histórias de terror, seleção de Hélène Montardre
(Tradução de Julia da Rosa Simões)
Por mais estranho que isto pareça, às vezes sentir medo pode ser bom. Principalmente quando temos certeza de que o perigo não é real e tem hora pra acabar: ele está dentro de um livro, de um filme ou em alguma história que ouvimos, e aí é só deixar a imaginação rolar e aproveitar o frio na barriga. Com esta coletânea, que reúne o que há de melhor em matéria de diabos, cemitérios, animais estranhos, casas abandonadas, assombrações e mortos-vivos — de autores clássicos e contemporâneos –, não vai ser difícil experimentar um nó na garganta, o coração disparado, tremores e calafrios.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

[Resenha] Eu sou Malala, de Malala Yousafzai com Christina Lamb

É impossível querer conhecer e entender a história de quem e a “garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo talibã” sem passar por outros momentos que precedem o seu nascimento. A vida da Malala que emocionou o mundo começa muito antes, com o surgimento de seu país, com a luta de seu pai numa tentativa de abrir as portas educacionais às crianças paquistanesas. Logo, Eu sou Malala é um livro que intrinsecamente narra estas três histórias: a da formação do Paquistão, a da formação da família Yousafzai e a da própria Malala e seu atentado.

Logo no prólogo, temos uma breve descrição de como foi o momento em que Malala foi baleada e desde já, somos levados a várias reflexões. Dentre elas, nos perguntamos: de que vale a violência gratuita?

A obra é dividida em 5 partes. Na primeira, há uma descrição de como a família Yousafzai se constituiu e de como era a vida antes da chegada do Talibã ao vale do Swat. Esta parte é fundamental, pois ela apresenta ao leitor as crenças, os costumes, o modo de vida da comunidade do vale, além de ser uma justificativa das convicções de Malala. A menina cresceu vendo a luta de seu pai para ter e manter suas escolas abertas, além disso, sempre gostou de ouvir as conversas dos mais velhos sobre política.

A segunda parte retrata a chegada do Talibã ao vale, a destruição do patrimônio histórico-cultural da região, a resistência de Malala e seu pai à pressão sofrida para o fechamento da escola de meninas. A violência presente no dia a dia das pessoas passa a ser cada vez mais presente e intensa. Até que culmina no que vem descrito na parte três: o atentado sofrido pela Malala – não mais por ela frequentar a escola, mas sim por ela o fazer e discursar contra as ideias radicais e extremistas dos talibãs.

Até este ponto da leitura, o livro me deixou muito dividida: se por um lado eu admiro a força e a determinação de Malala e sua família, na luta pelos direitos básicos das pessoas do Swat (seja na questão educacional, seja dividindo a própria comida com quem não tinha um grão de arroz para se alimentar); por outro, a crueldade a troco de nada, a violência, a privação e a busca desenfreada por poder só me deixou abalada. Ver os rumos da nossa humanidade assusta em certos aspectos e Eu sou Malala nos mostra uma realidade tão cruel que é impossível não se sensibilizar e não temer tudo isso.

No meio do livro há fotos dos momentos mais marcantes da vida da Malala.
A quarta parte é que relata os momentos de desespero em que os pais da Malala não sabiam ao certo a gravidade de seu acidente. Nela vemos também como a falta de infraestrutura pode ser fator determinante para o fracasso de um tratamento médico – o que me fez traçar um paralelo e pensar na realidade brasileira e no quanto as pessoas pobres sofrem com isso. É nesta parte também que vemos com detalhes como a Malala viaja até a Inglaterra, para – na quinta e última parte – entendermos como ela e sua família se estabelecem em Birmingham.

A obra termina com um prólogo em que Malala faz um relato de como é a sua vida atualmente. Percebe-se então a importância da liberdade em nossas vidas. Uma coisa é mudarmos de país por opção própria; outra é ser forçado a fazê-lo da noite para o dia, sem ter uma perspectiva de retorno. Ainda que Malala viva em pleno conforto – e possa estudar em liberdade – seu maior desejo é ver as árvores do Swat novamente, fato que não há perspectiva de acontecer tão cedo.

Eu sou Malala é um livro simples e ao mesmo tempo profundo. Sua leitura é fácil; seus fatos complexos; suas palavras tocantes e transformadoras, capazes de mudar uma vida inteira. Não há como terminar esta leitura sendo a mesma pessoa que a iniciou. Malala é exemplo, é perseverança, é vida - mesmo com o mundo dizendo para que ela fosse contra a todos os seus princípios. 

“‘Que possamos pegar nossos livros e canetas’, eu disse. ‘São as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo’”. (Eu sou Malala, Malala Yousafzai – página 324).

Capa.
Livro: Eu sou Malala
Subtítulo: A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã
Autor: Malala Yousafzai - com Chirstina Lamb
Tradução: Caroline Chang, Denise Bottman, George Schlesinger, Luciano Vieira Machado
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 360
Sinopse: Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

Clique aqui para ler o trecho disponibilizado pela editora.
Veja aqui o livro no skoob.

PS: No livro a Malala cita um documentário que o jornal The New York Times fez sobre ela e a violência no Vale do Swat, chamado Class Dismissed in Swat Valley. Como o vídeo está disponível no youtube, segue abaixo. Ele é em inglês, mas mesmo quem não sabe o idioma consegue ter a dimensão da crueldade por todos vivida. Só em ver as imagens também dá para perceber o quanto a Malala foi corajosa em discursar tantas vezes contra o Talibã.



Sobre a Autora:
Fernanda RodriguesFernanda Rodrigues é bacharela em Letras (Português e Inglês) e licenciada no curso de Formação de Professores da USJT. Além de ser professora de Língua Inglesa, é louca por assuntos que envolvam a Literatura, as demais artes e o processo de ensino e aprendizagem. Escreve no Algumas Observações, no Escritos Humanos, no Teoria, Prática e Aprendizado e no designdiPoesia

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Novo Livro da Escritora Tais Cortez



A escritora Tais Cortez, está lançando seu novo livro, O último homem do mundo, pela Amazon.com.br. Durante cinco dias ele está na promoção e poderá ser baixado gratuitamente.

Sinopse: "O último homem do mundo" conta a história de Amanda, uma jovem de dezesseis anos que é matriculada contra sua vontade no Educação de Elite, o colégio interno mais renomado do país, onde apenas os filhos da elite nacional estudam. Sua mãe, uma atriz mundialmente famosa, não sabe como lidar com a filha. Amanda é rebelde e tem personalidade forte. Determinada a conseguir ser expulsa, ela é capaz das maiores loucuras. O que ela não esperava era fazer amizades que a farão rever seu plano...e que fosse se apaixonar perdidamente pelo último homem que sua consciência escolheria...

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